A São Paulo do início da década de 1920 era palco de uma crise conservadora que tinha no academicismo o retrato do “grande vilão” do cenário artístico brasileiro. Tal situação impulsionou a “inevitável” Semana da Arte Moderna de 1922, pincelando um novo horizonte criativo aos artistas da época, o que influenciaria a comunidade artística brasileira até os dias de hoje.

Esse nome pode parecer desconhecido do grande público, porém, o legado deixado por aquele ser humano nascido no dia 8 de agosto de 1922 interferiu, e ainda interfere, na educação, liberdade, criatividade e perspectiva dos milhões meninos e meninas do mundo todo, nos últimos 46 anos. Leon Eisenberg é o descobridor do “TDAH” (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Em 1968, o Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM II), menciona a "Reação Hipercinética da Infância e Adolescência", primeiro nome oficial do transtorno. Daquele momento em diante, após a comprovação de que a causa genética era o motivo do distúrbio, a OMS(Organização Mundial de Saúde) reconheceu, pela primeira vez, o TDAH como "doença". Aquele era um momento histórico, mais especificamente em maio de 1968, pois uma onda mundial de protestos e o surgimento do conceito de contracultura surgem de forma efervescente nos quatro cantos do planeta. Coincidência ou não, no momento em que os jovens do mundo inteiro se rebelavam, o maior órgão de saúde do mundo legitimou um padrão de comportamento ideal às pessoas, tutelando seu tempo de concentração e o padrão de capacidade de absorção de conteúdos. Com isso, tornou científico aquilo que a igreja, a educação convencional e o Estado (por meio de leis) já não conseguiam mais fazer.

Portanto, ao admitir isso, ele admite sim, que o distúrbio é uma invenção. Isso é trágico, pois ao longo de todos esses anos, houve muita interferência na individualidade e direitos pessoais, já que essa medicação induziu alterações comportamentais a milhares de meninos e meninas, com a desculpa irresponsável de que todo mundo tinha que aprender de forma igual e ter um comportamento padrão. A criança foi assim, privada de uma experiência essencial: aprender a agir autonomamente, o que reduz consideravelmente sua liberdade e prejudica o desenvolvimento da personalidade.
Atualmente, a internet tem sido assombrada por textos de blogs afirmando que a referida entrevista de Eisenberg foi mal traduzida e gerou um ruído ao se tornar pública. Seja como for, esse é um momento de transição, onde escola e família devem repensar a individualidade de seus alunos e filhos, para que essa geração não seja condenada a passividade compulsória e que outras semanas de 1922 e maios de 1968, no futuro, ainda possam acontecer.
Sim, TDAH não existe.
Post maravilhoso!
ResponderExcluirMundo a ser repensado...
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